Foi muito sentida,
no último dia 21, na capital mineira, a morte desse profissional de imprensa,
reverenciado por muitos colegas por ter formado uma geração brilhante de
jornalistas no ex "Diário de Minas", onde trabalhou com Fernando
Gabeira e Guy de Almeida.
Como escreveu Mauro
Werkema, também seu ex-foca e aprendiz, num texto comovente sobre os valores
humanos, "Alcindo honrou a profissão e cumpriu seu tempo neste mundo com
dignidade. Elevou-nos com seu exemplo de um homem bom."
É o que Werkema nos
recorda, abaixo, sobre um "jornalista bom". Vale a pena ler, diante
da finitude que também nos espera. Faz bem pro coração. Obrigado, Mauro.
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Alcindo Ribeiro (Foto: Reprodução FJP-MG) |
Alcindo, o bom
"Alcindo não se formou padre. Mas
certamente saiu do seminário com qualidades de "santidade",
traço que a vida lhe consagrou e gerou o apelido de "reverendo" para
os amigos. É o que foi em toda a sua vida de jornalista, amigo de todos, sempre
convivente, atuante e presente nos embates do exercício profissional
mesmo nos momentos mais difíceis. E que foram muitos no nosso tempo e
trajetória. Ao vê-lo hoje, no Sindicato dos Jornalistas, na despedida final,
numa roda de colegas da sua geração, depois de meio século de convivência
fraternal, sentimos que o nosso tempo também está se esgotando.
Ameno, nunca
exaltado, mas não omisso nas opiniões e na solidariedade, bem informado,
espirituoso e um tanto irônico, Alcindo Ribeiro era uma reverência como pessoa,
como profissional e pelos traços de conduta ética e competência profissional. O
conheci no velho Diário de Minas, na Praça Raul Soares, quando lá entrei com 17
anos, por volta de 1963. Lá, ele ajudou a formar uma geração de jornalistas.
Era copy-desk, bom de português, principal auxiliar dos dois chefes de redação,
Fernando Gabeira e José Maria Casassanta, antecessores de Guy de Almeida. Desde
então, vimo-nos a vinda inteira nos muitos empregos, encontros e nos dois
livros que escreveu sobre os jornalistas.
Sentiremos falta. É
possível que não tenhamos, nos obscuros e incertos tempos de hoje, mais
Alcindos. Mudou o mundo, transformaram-se a profissão e o jornalismo, condutas
e valores. Fica a lembrança do amigo Alcindo que guardaremos na memória por seu
exemplo de profissional íntegro, ameno no trato, mas firme no texto, atento ao
mundo e aos muitos amigos. Alcindo honrou a profissão e cumpriu seu tempo neste
mundo com dignidade. Elevou-nos com seu exemplo de um homem bom."
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