Simples e emotiva, tal como a natureza que ele amava. Foi
assim, no último domingo de março, na Paróquia Santa Rita de Cássia, em BH, a
missa realizada pelo padre Toninho em lembrança ao centenário de nascimento do
ambientalista Hugo Werneck. Um dos precursores da consciência ecológica na
América Latina, é a ele que a Revista Ecológico é dedicada a cada nova lua
cheia no céu.
Considerado um dos pais do ambientalismo brasileiro, ele foi
o fundador do Centro para a Conservação da Natureza em Minas Gerais, uma das
primeiras ONGs do país, cuja sede fixa era o seu concorrido gabinete de
dentista no centro de BH. E como sede móvel, uma velha kombi que o levava a
procurar passarinhos e se encantar com as borboletas pelos Geraes afora
retratadas por Guimarães Rosa. Graças à sua luta, acham-se hoje preservados
tanto o Parque Estadual do Rio Doce, no Vale do Aço, considerado a “Amazônia
mineira”; quanto o Parque Nacional da Serra do Cipó, entre tantas áreas verdes.
Além da Revista Ecológico, o “Prêmio Hugo Werneck de
Sustentabilidade & Amor à Natureza”, hoje na sua 10a edição, foi criado
para manter viva a sua memória. O ambientalista nasceu no dia 30 de março de
1919 e nos deixou em novembro de 2008, aos 89 anos. Ele acreditava que só o
amor, a educação e a democratização da informação ambiental poderiam mudar a
atitude do ser humano em relação à natureza. Foi essa a sua mensagem, na forma
de um “santinho” com sua foto, que seus familiares distribuíram ao final da
cerimônia religiosa, devoto e ajudante da paróquia que ele era. De um lado, a
justificativa sutil e maior de sua luta: “Só a beleza do mundo deveria bastar
para preservarmos a natureza”. E de outro, a mais colorida: “Imagine se
matássemos ou aprisionássemos todas as larvas de borboletas, por serem feias e
nocivas nesse estágio? Não existiram borboletas adultas, esvoaçantes em sua
beleza, leveza e graça. Não existiram ‘cores que voam’ a nos encantar, como uma
criança um dia me ensinou a vê-las”.
Obrigado, mestre!
Em tempo:Reveja alguns dos seus ensinamentos, ao som de
“Metamorfose Ambulante”, de Raul Seixas!
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