Cerimônia reuniu mais de 300 empresários, autoridades e
finalistas na Fundação Dom Cabral, que se emocionaram com o exemplo e a
mensagem ecológica de Lélia e Sebastião Salgado
“Deixa nascer o amor, deixa fluir o amor.” A mensagem da
canção “Sal da Terra”, de Beto Guedes, que ecoou no Teatro da Fundação Dom
Cabral, em Nova Lima, não trouxe apenas mais emoção à cerimônia do “Prêmio Hugo
Werneck de Sustentabilidade & Amor à Natureza” deste ano, que teve como
tema “A Terra Pede Paz – Atire a Primeira Flor”.
Regida pelo coral da Faculdade de Letras (FALE) da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a música, cantada em uníssono pela
plateia de mais de 300 convidados – entre empresários, autoridades e finalistas
– reforçou um convite feito há mais de 2.000 anos pelo Cristo: a humanidade é o
sal da Terra, a força do querer bem este que é o mais bonito dos planetas.
“A inteligência do amor é tudo que precisamos. O amor
ecológico ao planeta e à humanidade. A paz e a sobrevivência que buscamos juntos,
cujos singelos mas multiplicativos e replicáveis exemplos de ‘atire a primeira
flor’ conhecemos hoje”, disse Hiram Firmino, jornalista, editor da Revista
Ecológico e anfitrião do evento.
A cerimônia atingiu seu ponto alto com a homenagem ao
fotógrafo Sebastião Salgado e à diretora do Instituto Terra, Lélia Wanick.
Responsáveis pelos registros fotográficos e editoriais mais audaciosos,
importantes e esperançosos sobre o estado ambiental do planeta, eles
transformaram a paisagem da Fazenda Bulcão, em Aimorés (MG), ao plantar mais de
2,5 milhões de árvores para recuperar a área de 7.000 hectares, antes degradada
pela criação de gado. Mais de 300 espécies nativas da Mata Atlântica foram
plantadas no local e contribuíram para trazer de volta a água e os animais.
“Eu e Sebastião não conseguiríamos fazer todo esse trabalho
sozinhos. Contamos com a ajuda de muitas pessoas, funcionários, voluntários e
amigos, que gostaríamos de agradecer aqui. Muito obrigada!”, disse Lélia, que
também estava acompanhada de Juliano Salgado, filho do casal e diretor do
documentário “Sal da Terra”, indicado ao Oscar de 2015.
“Reconstituímos um ecossistema que era muito parecido com
aquele de quando éramos crianças e fico felicíssimo de receber o prêmio. Foi
uma honra imensa estar aqui com todos esses companheiros sonhadores”, afirmou
Sebastião, emocionado. Ele também falou da importância de envolver os
produtores rurais na preservação ambiental e destacou o mais novo projeto do
casal, “um sonho que começou a se materializar há mais de oito anos”: a
recuperação do sistema de águas do Vale do Rio Doce. “A água é a essência da
vida. Esperamos que este projeto seja um modelo para salvar todas as bacias
hidrográficas do Brasil”.
Conheça os vencedores de 2017:
Melhor Exemplo de Iniciativa Individual
Sítio Pindorama, do geólogo Gilson Essenfelder
Melhor Exemplo de Conhecimento Popular
Projeto Fruta de Sabiá, do ambientalista José Renato Resende
Melhor Exemplo de Educação Ambiental
Movimento Ecos, Escola Superior Dom Hélder Câmara
Melhor Exemplo em Biodiversidade
Projeto Uçá, ONG Guardiões do Mar
Melhor Exemplo em Mobilização Social
Projeto Dá Pé, de Estevão Ciavatta/Pindorama Filmes
Destaque Municipal
Projeto Tiradentes Lixo Zero, da Associação Tiradentes Lixo
Zero
Destaque Estadual
Projeto Semente, Caoma/Ministério Público de Minas Gerais
(MPMG)
Destaque Nacional
Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), Governo
Federal/Ministério do Meio Ambiente
Melhor Empresário
Rubens Menin, presidente do Conselho de Administração e
fundador da MRV
Melhor Projeto de Parceiro Sustentável
“O Rima Tá na Rua”, da Anglo American Brasil
Homenagem do Ano
Sebastião Salgado e Lélia Wanick
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Saiba mais
Confira o depoimento na íntegra de Sebastião Salgado e Lélia
Wanick na edição de novembro da Revista Ecológico, que trará a cobertura
completa da cerimônia de entrega do “VIII Prêmio Hugo Werneck”.
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