“O grito”, de Edvard
Munch, e o “não escutar” do novo governo americano: desespero existencial
Fazendo par com a “Mona Lisa” de Leonardo da Vinci, com
status de ícone cultural, o célebre quadro “O Grito” é uma das obras mais
importantes do movimento artístico expressionista. Pintado em 1893 pelo
norueguês Edvard Munch, ele representa uma figura andrógina num momento de
profunda angústia e desespero existencial. O plano de fundo é a doca de
Oslofjord, em Oslo, ao pôr do sol.
A fonte de inspiração do artista, filho de um pai
controlador, foi a sua própria vida pessoal, com conflitos internos de toda ordem.
Quando criança, viu sua mãe e sua irmã morrerem. Outra irmã foi internada em
hospital psiquiátrico. E por aí afora, tal como ele descreveu sobre o seu
famoso e intrigante quadro:
“Passeava com dois amigos ao pôr do sol. O céu ficou de
súbito vermelho-sangue. Eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a mureta. Havia
sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade. Os meus
amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade. Foi quando senti o
grito infinito da Natureza” .
Foi nesta obra que a Revista Ecológico buscou inspiração
visual para produzir a reportagem de capa desta edição, sobre o que a
humanidade pode esperar do novo presidente da segunda potência mais poluidora
do planeta.
Edvard Munch não está aqui para se defender. Mas, a partir
da nossa realidade planetária, do sistema solar conhecido, não existe o grito
infinito da natureza. Mas, sim, o seu grito finito, vide que a extinção da vida
e de qualquer ser vivo, incluindo nós no final da pirâmide, é para sempre! Coisa
que a maioria dos nossos políticos, tal como Trump, não consegue entender.
Aceitar, enfim, que o planeta sobrevive sem nós, e não o contrário. Que quem
tem de ser salvo primeiro, nesta ordem, é a Terra e não o ser humano.
É muito para a nossa arrogância?
O filme “Trump” já começou. Mas o the end pode ser mudado.
Ainda!
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