Nos dias 28 e 29 de janeiro, às 21 horas e 19
horas, respectivamente, no Grande Teatro do Sesc Palladium, volta em cartaz “Nos Porões daLoucura”, o espetáculo que mais teve lotação de público ano passado. Baseado no
livro/denúncia homônimo de Hiram Firmino, a peça esteve em cartaz na capital em
maio e julho de 2016 e foi convidada para participar dos festivais Artes
Vertentes, em Tiradentes e no Festival Nacional de Teatro de Vitória, no
segundo semestre do ano passado.
O Hospital-Colônia, localizado em Barbacena, é
revivido no palco por nove atores, onde várias cenas demonstram o cotidiano dos
pacientes, funcionários e médicos. As famílias dos pacientes expõem seus
conflitos e interesses frente às internações. As causas sociológicas,
econômicas e políticas demonstram que a maior parte daqueles que foram mandados
para lá não possuíam quaisquer distúrbios mentais. A venda de corpos para as
faculdades de medicina, o trabalho escravo, os eletrochoques como punição, o
capim como cama nos corredores e as péssimas condições de higiene e alimentação
constróem o horror desse que foi considerado “o holocausto brasileiro”. Em menos de um século de funcionamento mais
de 60 mil pessoas morreram na Instituição.
Essa não é uma peça sobre a loucura: é uma peça
sobre a dignidade humana. O diretor Luiz Paixão trabalha em duas esferas de
interpretação. Nas cenas que retratam os pacientes há uma aproximação da
plateia, valendo-se da pesquisa iconográfica e de campo, já que houve um
contato direto com os pacientes e a equipe do Instituto Raul Soares. Nas cenas
externas, o distanciamento brechtiano ganha força estética e política.
A trilha sonora original de Marcus Viana cria o
clima de solidão e cansaço, com a poesia de quem sobrevive no desespero da luta
cotidiana. O figurino de Ronaldo Fraga reconstrói o famoso uniforme
"azulão", com traços dos personagens externos sobre as roupas que
foram pesquisadas em fotos da época. O pátio é o cenário claustrofóbico de
Décio Noviello.
O espetáculo foi criado a partir da série de
reportagens realizadas por Hiram Firmino em 1979, no Jornal Estado de Minas,
vencedora do “Prêmio Esso de Jornalismo”. Foi a primeira vez que um repórter
entrou e retratou a realidade dos hospitais psiquiátricos de Minas Gerais, além
do inferno de Barbacena. A série foi um marco na luta antimanicomial e até hoje
é reconhecida pela sua importância história e pelo impacto da escrita direta e
sincera do jornalista.
Para fotos do espetáculo, teasers, vídeos e
outros, acesse o site www.nosporoesdaloucura.com.br
Sinopse
Baseado no livro homônimo de Hiram Firmino, conta
a trajetória do Hospital Psiquiátrico de Barbacena, onde cerca de 60 mil pessoas
morreram desde a sua fundação, em 1903. Os pacientes, funcionários, famílias e
sociedade são retratados em cenas. O pátio do Colônia, destino de tantos
excluídos, testemunhou distintas histórias de lutas, sofrimentos, abandonos,
solidariedade e esperança, transforma-se em cenário para a trama. A dignidade
humana ganha status de luxo e o básico, negado ao ser humano. A reconstrução da
história pela arte assegura a metodologia do espanto frente a dor do
semelhante. Por uma sociedade sem manicômios.
Serviço
Nos porões da loucura
Datas: 28 de janeiro, sábado, as 21 horas e 29 de
janeiro, domingo, às 19 horas
Local: Sesc Palladium
Preço promocional nos postos do Sinparc e no site
www.vaaoteatromg.com.br
Site do espetáculo: www.nosporoesdalocura.com.br
Espetáculo integrante da 43ª Campanha de
Popularização do Teatro e da Dança de MG
Ficha
técnica
Baseado no livro homônimo de Hiram Firmino
Dramaturgia, direção e iluminação de Luiz Paixão
Produção, direção de arte e comunicação de Ana
Gusmão
Figurino de Ronaldo Fraga
Trilha sonora original de Marcus Viana
Cenário de Décio Noviello
Elenco: Alberto Tinim, Anaís Della Croce, Antônio
Rodrigues, Carlos Henrique, Luiz Gomide, Marco Túlio Zerlotini, Mariana
Bizzotto, Meibe Rodrigues e Nanda Freitas.
Duração: 75 min
Classificação indicativa: 16 anos
Assessoria
de imprensa: Ana Gusmão
(031) 99614-7097
ana_gusmao@hotmail.com e anagusmao27@gmail.com
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