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Imagem: Marcos Takamatsu |
A bronca
que eles têm com relação à hoje quinta maior empresa em vendas diretas de
cosméticos no planeta é que ela não reconhece a luta histórica que esses
veículos e seus editores, a maioria deles ativistas ambientais, tiveram de
travar solitariamente desde a Conferência de Estocolmo, em 1972. Ou seja, ao
longo dos últimos 40 anos, quando, pela primeira vez, o ser humano, as empresas
e os governos passaram a conhecer na prática a palavra “sustentabilidade”.
Resumo da
ópera: segundo queixa geral ouvida no congresso, essas empresas nasceram e hoje
ganham dinheiro em nome da mesma natureza que poucos profissionais da imprensa
verde lá atrás, mesmo chamados de “bichos grilo”, “loucos” e “contra o
progresso”, tiveram a coragem de defender; vide quantos deles perderam a
própria vida.
Quando vão
anunciar seus produtos advindos da mesma natureza, o que essas empresas e suas
agências fazem? Ignoram os veículos especializados em meio ambiente,
sustentabilidade e responsabilidade social. Mais fácil e com interesse apenas
mercadológico, preferem anunciar seus produtos e mensagem somente nos grandes
jornais, revistas e TVs, para quem é apenas mais um anúncio. E não, de maneira
compartilhada e parceira, com os veículos de comunicação que já foram e
continuam sendo seus parceiros. Naturalmente.
Que saudade
do Miguel Krigsner, fundador de O Boticário, empresa atualmente com um
patrimônio líquido de US$ 1,86 bilhão... Repórter e editor do JB Ecológico,
do Jornal do Brasil, eu o surpreendi chorando, uma vez, sozinho e triste frente
à cachoeira símbolo da atual Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) de
Salto Morato, no município de Guaraqueçaba, no Paraná. Ele chorava por tanta
dificuldade, incompreensão e falta de apoio do governo e de seus vizinhos,
proprietários de terras já devastadas, em sua luta por defender tamanha e bela
biodiversidade hoje preservada para sempre, na forma de uma Unidade de
Conservação (UC). Na época, nenhum grande veículo de comunicação registrou
isso. Nem perdeu anúncio.
Miguel, que
ainda está na ativa e foi incluído na lista 2015 de bilionários na Revista
Forbes, não era só empresário. Era também um ambientalista e compreendia a
nossa causa. Que saudade!
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